"Não ouças, sente!"

Hoje sinto-me tão só, tão vago, tão fraco…
Não me apetece fazer nada.
Estou naqueles dias de Inverno inerentes a mim próprio.
Tem dias que pareço tão forte como o rochedo que avisto através da janela do meu quarto, onde observo as flores do nosso quintal, mas hoje…
Hoje sinto-me vazio, sem vontade de acordar, seguir em frente, ver o dia nascer, olhar à volta e ver que tudo está à minha espera.
Mas será, será realmente assim?
Não sei o que se passa comigo, nem porque me sinto assim?
Algo tão estranho, terno ruído no fundo do meu “Eu”, que tenta me erguer mas que ao mesmo tempo me quer prender.
Tamanha tristeza invade o meu ser, será do passado tão real passado, mas tão presente?!… Afinal, saudades prevalecem, crescem em mim…acontecimentos passados “morreram”, mas memórias verídicas permanecem.
Sem me aperceber, lágrimas correm pelo (meu) rosto, mas que raios se passa comigo?
Não sou assim…
Não quero ser assim…
Não posso ser assim, mas porque me sinto assim?!...
Tristeza porque invades a minha alma e cobres de dor o meu ser?!...
Porque pareço tão forte sabendo que no fundo não o sou?!...
O meu “Eu” diz: “Não vou deixar de ser teu amigo!”
Mas até onde vai a tua verdade, se na realidade escondeste?
Preferes viver na ilusão do que acordar para a realidade que está bem pertinho do teu coração, basta seguires o verdadeiro caminho, sem esmorecer, sem ter medo, seres sempre tu próprio… sem deixares de ser, estar e fazer o que sempre fizeste.
Ouve a voz, segue a voz… não ouças, sente!