Eu
não sinto
Nada
sinto.
Tento,
à força, libertar-me de ti
Arrancar-te
dos meus pensamentos…
Corrompo
as artérias do meu coração
Grito-lhes
ao ouvido
Rebento-lhes
os tímpanos.
Rasgo
todas as veias do meu ser,
Só
para deixar de sentir.
Sinto.
(Nego-o
a mim mesmo).
A
saudade é cada vez maior.
A
minha alma teima em procurar a tua…
Sinto.
Quero. Desespero.
Não
quero sentir.
Que
apetência! Que lucidez!
Esta
lucidez embriagada que me faz querer
Ir
a teu encontro.
Ando
cego de te ver.
Corto
os pulsos à razão
Entrego-me
à eternidade da emoção…
Abraço
o meu espirito que falecera horas atrás
De
tanto beber do teu olhar, do teu sorriso.
Descurei
de sentir.
Desisti
de te procurar
Não
vale a pena…
Oh, lucidez embriagada!
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