domingo, 16 de novembro de 2014

Lucidez embriagada



O que sinto é, quiçá, ilusório
Eu não sinto
Nada sinto. 
Tento, à força, libertar-me de ti
Arrancar-te dos meus pensamentos…
Corrompo as artérias do meu coração
Grito-lhes ao ouvido
Rebento-lhes os tímpanos.
Rasgo todas as veias do meu ser,
Só para deixar de sentir.
Sinto.
(Nego-o a mim mesmo).
A saudade é cada vez maior.
A minha alma teima em procurar a tua…
Sinto. Quero. Desespero.
Não quero sentir.
Que apetência! Que lucidez!
Esta lucidez embriagada que me faz querer
Ir a teu encontro.
Ando cego de te ver.
Corto os pulsos à razão
Entrego-me à eternidade da emoção…
Abraço o meu espirito que falecera horas atrás
De tanto beber do teu olhar, do teu sorriso.
Descurei de sentir.
Desisti de te procurar
Não vale a pena…
Oh, lucidez embriagada! 

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