terça-feira, 16 de outubro de 2012

«Direito de errar»



Tem dias em que todos os meus passos são incertos, cometo gafes, delineo objectivos incertos, percorro ruas infinitas onde persigo oníricos tangíveis na alma que me acompanha. Por vezes, deparo-me com espinhos enquanto caminho, e  apetece-me atirar as pedras que surgem para bem longe mas, à minha frente, encontro uma parede que me impede de avançar
Que faço? Simples, contorno-a, mas será a melhor opção?
Por vezes, perco-me nas horas do dia e à noite, vagueio nas horas perdidas e febris envoltas em insónias que me atormentam sem saber que caminho seguir. Embalado no silêncio da escuridão adormeço, mas de manhã custa tanto… acordo devido a agressividade do despertador.
A madrugada banhou-me de pensamentos promíscuos, onde como réu declaro-me culpado, pois perdi a noção de que já não sou quem fui outrora. Hoje, perdi a direcção e o rumo e já não pretendo manter a distância.
Julgava saber tudo sobre mim, os traços que fiz na linha da vida de forma a atingir os meus objectivos, suportando o que quer que fosse, mas a realidade mostrou-me que não sou assim tão forte tal como as paredes que já derrubei, as pedras que já encontrei no meu caminho e acabei por atirá-las além do horizonte, mas há tanta coisa que descuro e acabo por abstrair-me e até ignoro. 
Tem dias em que finjo ver tudo mas não vejo nada para além do que é real, para além daquilo que vejo à minha volta. Teimo em viver na escuridão, mas quem não tem direito de errar?
No reflexo leio a história que ficou perdida no tempo, submersa na maré das horas vagas, palavras que tocaram o coração. Hoje, são meras companheiras da recordação e ficaram retidas no piano do faz de conta.
Já me deixei prender pelo passado, onde tudo ficava inerte. Era como se o tudo e o nada estivessem paralisados, mas resolvi abdicar de momentos para escrever uma nova história sem esquecer-me daquela que deixei para trás. Deixei para trás as tristezas, meras páginas que fiz questão de virar, outras rasguei-as e fiz questão de não as recapitular; mudei de livro! Hoje não omito as minhas fragilidades e não retenho as lágrimas; faz-me sentir mais leve e torna-me mais forte. Não me sinto mais, nem menos por vivenciar um direito de errar verdadeiro. Hoje estou como o fogo.  Estou mais forte do que nunca… mas onde busco essa força?









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